quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Poesia Transa Atlântica

I.
das mudas musas -

saia já da minha poesia
e venha rimar na minha cama

II.
Saia da minha poesia e venha pra minha saia da minha cabeça e venha rimar na minha mesa

III.
saia da minha poesia
e venha rimar debaixo da minha saia
e venha rimar em cima da minha mesa

IV.
Camisa da minha poesia:
Não precisa
Eu juro que é seguro
Ou eu posso segurar

V.
segura aqui minha poesia
enquanto eu trabalho
com a língua

VI.
da sina do poeta -

basta uma rima ganha
que ele logo se assanha

VII.
Condições pra poesia 382

Só recito o meu poema
Se você acabar com meu dilema
E deixar seu corpo nu

VIII.
da sina do poeta 2 -

vamos acabar com a poesia
e partir logo pra pornografia

IX.
Poeta pornô número 69 -

Para pornô-grafia,
Faz-se da língua um lápis
E da cintura
Poesia

X.
Proibidão da poesia numero 1
Vou passar a noite
Madrugada
Dentro
De você
Vou tirar
E por-no-grafismo
Das minhas letras
O que vivi
Em você

XI.
Poeta safado entra na sala -

chove agora
então põe logo essa poesia pra fora
ninguém vai ver
é só eu colocar minha rima
sobre você

XII.
Poesia para maiores -

por-nu-grafia
é pôr a língua
no meio da poeisa

XIII.
das desvirtudes e desvios -

na minha lábia
nos meus lábios
nos meus labirintos
não me importa
só entre em mim
e perca o caminho
da volta

XIV.
da constelação que somos -

escrevi um poema brilhante
mas é preciso
apagar todas as luzes
para que você

enxergue

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